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gaveta de chuva
15 novembre 2008

aonde

Por vezes, não sei onde estás Mas sei exactamente o sítio onde te encontras Há horas e dias em que não te vejo Horas e dias a mais Mas sei exactamente onde te encontras Não é um ermo nem uma azinhaga Nem tão pouco uma vereda ou uma praia distante Não é uma sombra, não é uma lenda Nem um mundo perdido Nem achado Podia ser junto a uma fogueira À beira de um rio Ou numa nuvem eterna Ou ainda no predefinido sítio onde se espalham as estrelas cadentes Ou mesmo nas nuvens de Magalhães Podia até ser uma gaveta de néctar e de fel Podia até ser tudo e nada disto Mas duas ou três coisas são seguras Não há antes nem depois Não há ontem nem amanhã Há sempre um instante que emerge no mar de todas as dúvidas Um acorde musical que lembra o que nunca foi esquecido Uma palavra que teima em não ser escrita Não há lei que proteja este país Nem golpe que revolte este estado Nem guerra que devaste esta região É feito de pó e de tempo Mas o tempo não existe E o pó é apenas o que resta aquilo que nunca existiu O mapa desta região nunca foi traçado Portanto não há pistas nem itinerários nem auto-estradas É a região tão-somente onde estão os filhos Onde se encontram os amigos E por vezes as pessoas que amas
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